Arte Árabe - INTRODUÇÃO A Caligrafia Arabe



Através dos tempos, as religiões, de um modo geral, fizeram uso de imagens figurativas para transmitir a essência de suas convicções. Para o Islam, no entanto, essa arte figurativa assume aspectos de idolatria, motivo porque ele se utilizou de palavras ou letras, em formas e tamanhos diversos, para a transmissão de seus princípios religiosos. Os muçulmanos passaram a usar a arte da caligrafia como expressão religiosa, e, no decorrer do tempo, a arte da escrita tornou-se uma arte muito respeitada.


Segundo o sábio muçulmano Yasin Hamid Safadi, "a supremacia da palavra no Islam está refletida na aplicação universal da caligrafia. Escrever imprime as características de lugar a todas as espécies de objetos - objetos de uso cotidiano, assim como a superfície de paredes inteiras, mobiliário das mesquitas, o exterior e interior das mesquitas, dos túmulos e da Caaba, o mais famoso santuário islâmico. "


A caligrafia arábica foi a forma primeira de arte da expressão visual e da criatividade islâmica. Através da vasta geografia do mundo islâmico, a caligrafia é um símbolo que representa unidade, beleza e poder. Os princípios estéticos da caligrafia são um reflexo dos valores culturais do mundo muçulmano. Uma investigação minuciosa das diferenças estéticas entre a caligrafia árabe e não árabe poderia fornecer um caminho para a compreensão do espírito essencial de cada cultura.

O alfabeto arábico alcançou um elevado nível de sofisticação. Uma construção islâmica pode apresentar inúmeros estilos de escrita em suas paredes, janelas ou minaretes.
Muitas das inscrições não se referem necessariamente ao Alcorão, mas, também, aos hadices do profeta, e que estão em sintonia com os objetivos religiosos do prédio. Uma inscrição, por exemplo, pode dar significado à construção, esclarecendo sua função.

A história da caligrafia arábica significa a integração da arte com a erudição. Através da beleza abstrata das linhas, a energia flui entre as letras e palavras. Todas as partes estão integradas ao todo. Essas partes incluem espaços positivos e negativos e o fluxo da energia que abre caminho juntamente com a interpretação do calígrafo. A caligrafia arábica não é simplesmente uma forma de arte, mas envolve representações divinas e morais, de onde ela adquire sua reputação sublime. Sua beleza abstrata nem sempre é facil de ser compreendida, mas esta beleza pouco a pouco acaba por se revelar ao olhar perspicaz.


As origens da caligrafia arábrica 


De acordo com estudos contemporâneos, a escrita árabica é um ramo das escritas semitas, nas quais as consoantes estão representadas. A escrita arábica desenvolveuse comparativamente em um breve espaço de tempo. O árabe tornou-se um alfabeto muito usado e hoje é o segundo em uso, perdendo somente para o alfabeto romano.
Os árabes eram um povo basicamente nômade. Antes do surgimento do Islam, viviam uma vida dura, mas tinham uma cultura fecunda que se expressava na escrita e na poesia. Bem antes de se tornarem uma nação islâmica, os árabes reconheciam o poder e a beleza das palavras. A poesia, por exemplo, era uma parte essencial da vida cotidiana e as habilidades lingüísticas eram exibidas na literatura e na caligrafia. Os primeiros árabes nutriram um grande apreço pela palavra falada e mas tarde, pela sua forma escrita.

A escrita árabica deriva da nabatéia, que, por sua vez, vem da aramaica. Os nabateus eram árabes semi-nômades que viviam numa área que se extendia desde o Sinai e norte da Arábia, até o sul da Síria. Seu império incluía as cidades de Hijr, Petra e Busra. Embora o império tenha acabado em 105 d.C, sua língua e escrita tiveram profundo impacto sobre o desenvolvimento do alfabeto arábico.
Arqueólogos e linguistas analisaram e estudaram inscrições nabatéias, que representam um estágio de transição mais avançado para o desenvolvimento de
caracteres arábicos, como o namarah, do famoso poeta pré-islâmico Imru´al Qays, que data de 328 d.C. Uma outra inscrição, datando do século VI, confirma a derivação da escrita arábica do nabateu e assinala o nascimento de formas escritas arábicas distintas.
Na década de 650 d.C, foram consignadas, por escrito, as primeiras versões completas do Alcorão, numa forma denominada Jazm, que revela uma influência
nabatéia. Esta, por sua vez, influenciou, o desenvolvimento da escrita cúfica, de traço vigoroso e angular, que durante séculos se tornou o meio mais popular de recordar o Alcorão sagrado. Simultaneamente, desenvolveram-se outras escritas cursivas com fins burocráticos e privados, e, em meados do século X, já estavam fixadas as seis escritas clássicas da caligrafia islâmica: Thuluth, Naskh, Muhaqqah, Raihani, Tawqi e Riqa.

A escrita do norte da Arábia foi a primeira a ser introduzida e estabelecida na parte nordeste da Arábia. Durante o século V, as tribos nômades árabes, que viviam nas áreas de Hirah e Anbar, usaram esta escrita. Na primeira parte do século VI, a escrita dessa região alcançou Hijaz, na Arábia oriental. Acredita-se que Bishr ibn Abd al-Malik, e seu sogro, Harb ibn Umayyah , tenham introduzido e popularizado o uso deste alfabeto na tribo coraixita do profeta Mohammad, e que foi adotado, com entusiasmo, por outras tribos das cidades vizinhas.
O jazm é o alfabeto arábico mais antigo de que se tem referência. Acredita-se que era uma forma mais avançada do alfabeto nabateu. As letras rígidas, angulares e bem proporcionadas do alfabeto jazm iriam influenciar mais tarde o famoso alfabeto kufi, a escrita cúfica, de uma pequena cidade do Iraque.


Instrumentos de escrita



Os instrumentos típicos do ofício de calígrafo incluiam penas de junco e pincéis, tesouras, uma faca para cortar as penas, um tinteiro e um apontador. A pena de jundo, segundo Safadi, era a preferida pelos calígrafos islâmicos. Esta pena, chamada de cálamo, ainda é um instrumento importantíssimo para o verdadeiro calígrafo. Os juncos mais procurados eram oriundos das terras costeiras do Golfo Pérsico. Os cálamos eram objetos valiosos e foram comercializados por todo o mundo muçulmano. Um escriba versátil precisava de diferentes cálamos, a fim de alcançar os diferentes graus de delicadeza. Moldar um junco exigia do escriba habilidades excepcionais. Além disso, tinham um conhecimento meticuloso de como identificar a melhor vareta que fosse adequada para ser uma boa pena, como aparar as pontas e como cortar as varetas exatamente no centro, a fim de que o corte tivesse metades iguais. Uma boa pena era cuidadosamente guardada e, algumas vezes, passava de uma geração a outra. Outras vezes, ela era enterrada com o calígrafo quando ele morria.

Eram usadas tintas de muitas cores, incluindo o preto, o marrom, o amarelo, o vermelho, o azul, o branco, a prata e o ouro. O preto e o marrom eram as cores mais frequentemente usadas, porque sua intensidade e consistência podiam variar enormente. Muito calígrafos davam instruções de como preparar a tinha, mas muitos guardavam em segredo suas receitas. A tinha feita pelos persas, hindus e turcos conservavam seu frescor por um tempo considerável. A preparação da tinha levava muitos dias e envolvia complicados processos químicos. Por causa de seu poder de preservar o conhecimento e levá-lo a todo os recantos do mundo, a tinta era comparada com a água e o calígrafo como uma pena nas mãos de Deus.
O papel foi introduzido em 751 d.C, vindo da China para Samarcanda. Este foi o marco decisivo na arte da escrita e desempenhou papel importantíssimo nas inúmeras invenções subsequentes e que reformariam a caligrafia arábica. Este novo meio de comunicação escrita teve um impacto decisivo sobre todos os aspectos da civilização islâmica.
O papel era feito de algodão e, algumas vezes, de seda ou outras fibras, mas não de madeira. Ele era polido com uma pedra lisa, como a ágata ou o jade antes que o calígrafo começasse a escrever. Linhas de orientação quase invisíveis eram traçadas com uma ponta e as letras ficavam sobre essas linhas. Uma vez pronta, a composição caligráfica podia ser copiada de tempos em tempos pelos mestres dos mais diferentes lugares, tão distantes quanto a Índia ou Istanbul.
Como em muitas artes tradicionais, dava-se menos importância às inovações e mais à imitação dos grandes mestres, tanto contemporâneos quanto os antigos. Apesar disso, alguns mestres foram notáveis inovadores.


Exemplos de caligrafia

1.2.1.Kufi (Kufi velho e Kufi geométrica ornamentada): o nome "Kufi" se originou da cidade de Kufa, no Iraque.
1.2.2.Thuluth: o nome Thuluth "se originou a partir dos nomes de várias varas de bambu que foram usados ​​como ferramentas de escrita.
1.2.3.Diwani e Diwani Djeli: O "Diwan" estilo desenvolvido durante o Império Otomano, e o nome vem dos documentos políticos chamados de "Divã" em árabe.
1.2.4. Naskh: o Império Otomano também deu origem ao "Naskh" estilo "; Naskh" é nomeado após a ação "naskh 'quando os escribas copiaram textos em árabe.
1.2.5. Persa; nomeado após a língua persa.
1.2.6. Ruqaa: o nome se originou a partir do couro "Ruqaa" que o roteiro foi escrito.
1.2.7. Maghrebi: é um estilo Kufi estilizado desenvolvido em Marrocos.
De todos os elementos da arte islâmica o mais importante é a religião. A multidão de pequenos impérios e reinos que tinham adotado o Islamismo sentiu-se - apesar de orgulhos e ciúmes - antes e sobretudo muçulmana, e não árabe, turca ou persa. Todos sabiam, falavam e escreviam de forma regular o árabe, a língua do Alcorão. A caligrafia é a suprema das artes islâmicas, e a expressão mais típica do espírito muçulmano. "O teu Senhor - declara a primeira revelação - ... ensinou com o cálamo, ensinou ao homem o que ele não conhecia."

Além disso, como Deus falou em árabe, por intermédio do anjo Gabriel, e as suas palavras foram escritas, pela primeira vez em árabe, a língua e a escrita árabes foram consideradas como tesouro inestimável por todos os muçulmanos. Só entendendo-as os homens poderiam esperar compreender o pensamento de Deus. Não podiam ter uma missão mais importante que a de conservar e transmitir tesouro tão precioso; e os muçulmanos demonstraram a sua gratidão, fazendo-o com toda a arte de que foram capazes.


 A escrita naskh

 


Foi uma das primeiras a evoluir. Ganhou popularidade depois de ser redesenhada pelo famoso calígrafo Ibn Muqlah, no século X. O seu sistema abrangente de proporção deu à escrita naskh um estilo bem característico. Mais tarde, ela foi reformulada por Ibn al-Bawaab e outros, que a transformaram numa escrita digna do Alcorão - muitos exemplares do Alcorão foram escritos em naskh, mais do que qualquer outro tipo de escrita. Tendo em vista que é relativamente fácil de ler e de escrever, a escrita naskh teve grande aceitação por parte da população em geral.
A escrita naskh é normalmente feita com traços pequenos horizontais e as curvas são cheias e profundas, os traços retos e verticais e as palavras geralmente bem espaçadas. Atualmente, a naskh é considerada a escrita suprema para quase todos os muçulmanos e árabes em todo o mundo.

Em nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso - em escrita naskh


A escrita kufi

 

A escrita kufi (cúfica) foi a escrita sagrada dominante nos primórdios do Islam. Ela foi criada após o estabelecimento das duas cidades muçulmanas de Basra e Kufa, na segunda década da era islâmica (século VIII). Tinha medidas proporcionais específicas, juntamente com uma angulosidade e linhas quadradas bem pronunciadas. Tornou-se conhecida como a escrita kufi. Essa escrita exerceu um profundo efeito em toda a caligrafia islâmica. Em contraste com as linhas verticais, a escrita kufi tem linhas horizontais que são prolongadas. É uma escrita consideravelmente mais larga do que alta. Ela foi escolhida para ser usada em superfícies oblongas. Com sua construção geométrica, a escrita kufi podia ser adaptada em qualquer espaço e material, desde os pequenos quadrados de seda até os monumentos arquitetônicos deixados por Timur (Tamerlão), em Samarcanda.
Como a escrita kufi não se sujeitava a regras rígidas, os calígrafos a empregaram sem qualquer esquema de concepção ou execução para as suas formas ornamentais. A escrita assumiu diversas formas, ora com um fundo floral, com desenhos geométricos, ou formas geométricas interligadas, inclusive círculos, quadrados e triângulos - formando palavras, etc. Essas versões foram aplicadas a superfícies de objetos arquitetônicos, incluindo superfície de estuque, madeira,metal, vidro, mármore, têxteis, etc.

 

A escrita thuluth


Foi a primeira escrita formulada no século VII, durante o califado omíada, mas só se desenvolveu completamente no final do século IX. Embora muito raramente tenha sido usada para escrever o Alcorão, a escrita thuluth gozou de enorme popularidade como uma escrita ornamental e foi muito usada para as inscrições caligráficas, títulos, cabeçalhos, etc. É ainda a mais importante de todas as escritas ornamentais.
Ela se caracteriza pelas letras curvas, apresentando pequenos traços, como farpas, na parte de cima das letras. As letras são ligadas e algumas vezes entrecortadas, produzindo, assim, uma fluência cursiva de grandes e complexas proporções. A escrita thuluth é conhecida por seus traços elaborados e por sua incrível plasticidade.
Surata Al-Fatiha, em escrita Thuluth, tinta, guache e ouro sobre papel



A escrita riq´ah



A escrita riqa, também chamada de ruq´ah, evoluiu das escritas naskh e thuluth. Ainda que tenha uma afinidade maior com a escrita thuluth, a escrita riqa tomou uma direção diferente, ficando mais simplificada. As formas geométricas das letras são semelhantes às da thuluth, porém são menores e com mais curvas. Ela é arredondada e estruturada de uma forma mais densa, com pequenos traços horizontais.
A escrita riq´ah foi uma das favoritas dos calígrafos otomanos e sofreu muitas modificações nas mãos do shaikh Hamdullah al-Amasi. Mais tarde, ela foi revista por outros calígrafos e foi até transformar-se na escrita mais popular e a mais amplamente usada. Hoje, a escrita riqa é a preferida para a caligrafia no mundo árabe.

As escritas cursivas também foram rapidamente utilizadas para a tanscrição alcorânica, trazendo novas possibilidades para o êxito de efeitos decorativos. E surgiram, assim, as outras quatro escritas importantes: as de Tumar, Ghubar, Taliq e Nastaliq, que, embora não se tornassem populares entre os árabes, foram durante quase quatro séculos a escrita favorita dos muçulmanos do Irã, da Turquia e da Índia.

Acredita-se que foi uma escrita desenvolvida pelos persas, de uma antiga e pouco conhecida escrita árabe, chamada firamuz. Taliq, também chamada de farsi, é uma escrita cursiva modesta, aparentemente em uso desde o início do século IX.
O calígrafo Abd al-Hayy, da cidade de Astarabad, parece ter desempenhado um papel importante no início da escrita. Ele encorajou seu patrono, xá Ismail, a estabelecer as regras básicas da escrita taliq. Atualmente, ela goza de aceitação entre os árabes e é o estilo caligráfico entre os muçulmanos persas, hindus e turcos.

A escrita nastaliq




O calígrafo persa Mir Ali Sultan al-Tabrizi desenvolveu uma variedade mais leve e elegante de estilo que ficou conhecida como nastaliq. No entanto, os calígrafos persas e turcos continuaram a usar o taliq como escrita para as ocasiões especiais. Nastaliq é uma palavra composta que deriva de naskh e de taliq. A nastaliq foi muito usada nas antologias, épicos, miniaturas e outros trabalhos literários, mas não para o Alcorão.
Tinta e guache sobre estuque, com traços de ouro, Nastaliq

Os exemplos de caligrafia como motivo ornamental encontram-se por todo o lado: nas pedras dos túmulos e nos têxteis, nas ânforas, nas armas e nos azulejos, adaptando as formas mais surpreendentes na decoração dos edifícios. As palavras do Alcorão são importantes como forma de embelezamento das mesquitas que elas adornam. Há quatorze séculos, muçulmanos de todas as partes do mundo vêm escrevendo, em árabe, os versículos do Alcorão nas mais variadas formas de caligrafias.


Escrita árabe

 

Os árabes deram a uma grande parte do mundo não apenas uma religião - o islamismo -, mas também uma linguagem e um alfabeto. Onde a religião muçulmana foi, a língua árabe e escrita árabe também foi. Árabe tornou-se e manteve-se a língua nacional - a língua materna - da África do Norte e todos os países árabes do Oriente Médio.
Mesmo onde o árabe não se tornou a língua nacional, tornou-se a linguagem da religião onde o Islã se estabeleceu, desde que o Alcorão está escrito em árabe, a Profissão de Fé é para ser falada em árabe, e cinco vezes por dia o muçulmano praticante deve dizer as suas orações em árabe. Hoje, portanto, pode-se ouvir árabe falado - pelo menos para fins religiosos - da Mauritânia, no Atlântico, em toda a África e parte da Ásia, e tão a leste como a Indonésia e as Filipinas. Mesmo na China (que tem uma população muçulmana de cerca de 40 milhões) e as repúblicas da Ásia Central da CEI (ex-URSS), árabe pode ser ouvida no shahadah, na oração e no canto do Alcorão.
 
Dessas pessoas que abraçaram o Islã, mas não adotaram o árabe como língua cotidiana, muitos milhões tomaram o alfabeto árabe por conta própria, de modo que hoje se vê a escrita árabe usado para escrever as línguas que não têm nenhuma conexão básica etimológica com o árabe. Os idiomas do Irã, Afeganistão e Paquistão são todos escritos no alfabeto árabe, como era a língua da Turquia até cerca de cinquenta anos atrás. Ele também é usado na Caxemira e em alguns lugares da Península Malaia e as Índias Orientais, e na África ele é usado na Somália e ao longo da costa leste até o sul da Tanzânia.


 
Foto: O basmalah ("Em nome de Deus, o Clemente o Misericordioso" - as palavras de abertura do Alcorão) é feito aqui em um script Thuluth elaborado com as letras unidos de modo que toda a frase é escrita sem levantar a caneta do papel .
 





É geralmente aceite que o alfabeto árabe desenvolvido a partir do escrito usado para Nabataean, um dialeto do aramaico usado no norte da Arábia e que hoje é a Jordânia durante cerca de dos mil anos antes do início da era islâmica. Parece evidente que siríaco também teve alguma influência no seu desenvolvimento. A mais antiga inscrição que foi encontrado que é identificável árabe é aquele em Sinai que data de cerca de 300 dC. Outro escrito semita que estava em uso em quase ao mesmo tempo e que é encontrada em inscrições no sul da Arábia é a origem do alfabeto usado agora para amárico, a língua oficial da Etiópia.
O alfabeto árabe tem vinte e oito letras (letras adicionais foram adicionados para atender as necessidades dos não-árabes línguas que utilizam a escrita árabe, como os do Irã e Paquistão), e cada uma das letras pode ter até quatro formas diferentes . Todas as letras são, estritamente falando consoantes, e ao contrário do alfabeto latino usadas para Inglês e mais européia escrita línguas árabe vai da direita para a esquerda.
 
Outra diferença significativa é que a escrita árabe tem sido muito usado mais amplamente para a decoração e como um meio de expressão artística. Isso não quer dizer que o alfabeto romano (e outros, como o chinês eo japonês, por exemplo) não são tão decorativo e não foram utilizados apenas como imaginação. Desde a invenção da imprensa de tipo, no entanto, a caligrafia (que significa, literalmente "escrita bonita") tem vindo a ser usado em Inglês e outros idiomas europeus apenas para os documentos especiais e em ocasiões especiais e diminuiu para o status de um relativamente arte menor.
Foto: Outro basmalah em script Thuluth ornamental é escrito na forma de uma oval.
 














Nos países que usam o alfabeto árabe, por outro lado, a caligrafia tem continuado a ser usado não apenas nos documentos importantes, mas para uma variedade de outros fins artísticos, bem. Uma razão é que a natureza cursiva da escrita árabe e algumas de suas outras peculiaridades fez a sua adaptação a impressão difícil e retardou a introdução da imprensa, para que o mundo árabe continuou por alguns séculos depois do tempo de Gutenberg a contar com caligrafia para a produção de livros (especialmente o Alcorão) e dos documentos legais e outros. A utilização de escrita arábica, por conseguinte, tendem a desenvolver no sentido da caligrafia eo desenvolvimento de artisticamente agradável formas de rotulação mão, enquanto que no Ocidente a tendência tem sido para impressão eo desenvolvimento de faces de tipo ornamentais e, por vezes elaborada.
 
Outra e talvez a razão mais importante foi um religioso. O Alcorão nada proíbe a representação de seres humanos ou animais em desenhos ou pinturas, mas como o Islã expandiu-se em seus primeiros anos herdou alguns dos preconceitos contra a arte visual deste tipo que já tinha criado raízes no Oriente Médio. Além disso, os primeiros muçulmanos tendem a opor-se a arte figurativa (e em alguns casos, toda a arte) como distrair a comunidade de adoração a Deus e hostil à religião unitária estritamente pregada por Maomé, e todas as quatro escolas da lei islâmica proibiu a utilização de imagens e, declarou que o pintor de figuras animadas seriam condenados no Dia do Juízo. Onde quer que ornamentação artística e decoração foram obrigados, portanto, os artistas muçulmanos, proibidos de representar, formas humanas ou animais, para a maior parte foram obrigados a recorrer, quer para o que desde então passou a ser conhecido como "arabesco" (projetos com base em formas geométricas estritamente ou padrões de folhas e flores) ou, muito frequentemente, a caligrafia. A Caligrafia árabe, portanto, passou a ser utilizado não só na produção de cópias do Alcorão (o seu primeiro e durante muitos séculos a sua utilização mais importante), mas também para todos os tipos de outros fins artísticos, bem como sobre porcelana e de metal, para tapetes e outros têxteis, em moedas, e como ornamento arquitetônico (principalmente em mesquitas e túmulos, mas também, especialmente em anos posteriores, em outros edifícios, bem).
 
Foto: O basmalah é aqui escritos em ornamental Kufic "floriado" (acima) e em Naskhi (abaixo).




 


No início da era islâmica dois tipos de roteiro parece ter sido em uso - ambas derivadas de diferentes formas de Nabataean, alfabeto. Um deles era quadrado e angular e foi chamado Kufic (após a cidade de Kufa no Iraque, embora ela estava em uso bem antes de a cidade foi fundada). Foi utilizado para os primeiros, cópias manuscritas do Alcorão, e para decoração arquitetônica nos primeiros anos do Império Islâmico. O outro, chamado Naskhi, era mais arredondada e cursiva e foi usado para cartas, documentos comerciais, e, sempre que a velocidade em vez de formalismo elaborado foi necessário. Até o século XII Kufic era obsoleto como um roteiro de trabalho, exceto para usos especiais e no noroeste da África, onde desenvolveu-se no estilo de escrever do Magreb ainda utilizado na área hoje. Naskhi, a escrita script arredondada, manteve-se em uso e com isso a maioria dos diversos estilos posteriores do caligrafia árabe têm sido desenvolvidos.
 
Foto: O estilo ruq'ah é usado para manchetes e títulos e é o roteiro diário escrito da maior parte do mundo árabe.
 
A Caligrafia floresceu durante a era dos Omíadas em Damasco. Durante este período de escribas começou a modificação da escrita grossa e pesado originais Kufic na forma utilizada hoje para fins decorativos, bem como desenvolver uma série de novos scripts derivados do Naskhi mais cursiva. Foi sob os abácidas, no entanto, que a caligrafia começou a ser sistematizado. Na primeira metade do século X a 'Abbasid vizir Ibn Muqlah completou o desenvolvimento de Kufic, estabeleceu algumas regras de forma e proporção que foram seguidos por calígrafos desde seu tempo, e foi a primeira a desenvolver o que se tornou a classificação tradicional de escrita árabe para os "seis" estilos de escrita cursiva: Naskhi (a partir do qual os tipos de impressão mais presentes do dia são derivados), Thuluth (uma conseqüência mais cursiva de Naskhi), rayhani (uma versão mais ornamentado de Thuluth), muhaqqaq (um script em negrito com varrendo floresce diagonais), tawqi '(uma variedade um pouco comprimida de Thuluth na qual todas as letras são, por vezes, unidas umas às outras), e ruq'ah (o estilo comumente usados ​​hoje para escrita manual comum na maior parte do mundo árabe). Foi a partir destes seis anos, e de Kufic, que calígrafos mais tarde, não só no mundo árabe, mas no Irã, Turquia e outros lugares também, desenvolvido e elaborado outros scripts.
 
Foto: A graciosa caligrafia persa ta'liq é usada em uma frase que começa "A beleza é um feitiço que lança o seu esplendor sobre o universo ..."
 
No Irão, por exemplo, há entrou em usar um script particularmente elegante e delicado chamado ta'liq, em que os movimentos horizontais das cartas são alongados e que é muitas vezes escrito num ângulo através da página. De ta'liq, por sua vez, um outro script chamado Nasta'liq foi derivado que combina o Naskhi arábica e do tailiq persa em um script lindamente luz e legível.
 

Foto: O script Diwani (topo) e do chamado "real" Diwani (abaixo) foram desenvolvidas por calígrafos otomanos para uso em documentos de Estado.



Foi na Turquia otomana, no entanto, que a caligrafia atingiu o mais alto desenvolvimento uma vez que a floração criativa precoce havia desaparecido em outras partes do Oriente Médio. Então renomados calígrafos otomanos eram, na verdade, o que dizia um ditado popular que "O Alcorão foi revelado em Meca, recitado no Egito e escritos em Istambul." Os otomanos não se contentaram apenas para melhorar e desenvolver os tipos de escrita que eles herdaram dos árabes e persas, mas também acrescentaram uma série de novos estilos para o repertório do calígrafo.
 
Uma adição importante pelos calígrafos otomanos foi a modelo chamado Diwani, assim chamada a partir da palavra diwan (que significa Conselho de Estado ou do escritório do governo) desde que foi a primeira usada principalmente para documentos emitidos pelo Conselho de Estado Otomano. É um roteiro extremamente graciosa e muito decorativo, com fortes floreios diagonais, embora menos fácil de ler do que alguns outros estilos. Após o seu desenvolvimento na Turquia, se espalhou para os países árabes e está em uso hoje para documentos formais e também como decoração arquitetônica.
 
Foto: Esta tughra (monograma ou insígnia) do sultão otomano Abdu Hamid mostra os três traços verticais alongadas que são características deste estilo.









Calígrafos islâmicos têm experimentado incessantemente e têm sido extremamente imaginativo. Outra contribuição distinta turca, é o tughra, uma renderização elaborada e altamente estilizado dos nomes do sultão otomano, originalmente usado para autenticar os decretos imperiais. O tughra mais tarde veio a ser utilizada na Turquia e pelos governantes de todos países árabes como uma espécie de insígnia ou emblema real, em moedas e selos e, sempre que um brasão de armas ou monograma real fosse usado por governos europeus.

 
Foto: No Muthanna ou "dobrado" estilo de caligrafia mostrada na metade esquerda da cada projeto é uma imagem de espelho do outro. O basmalah no script Thuluth à direita foi escrito na forma de uma avestruz.





 




Outra variação incomum de caligrafia, muitas vezes não usado hoje em dia, é o estilo chamado de Muthanna (árabe para "dobrado"). Esta não é realmente um tipo de escrita em si, mas consiste em um texto em um dos estilos padrão, como Naskhi trabalhou em um padrão em que metade é uma imagem de espelho do outro. Ainda mais imaginativa é o que pode ser chamado de caligrafia pictórica, no qual o texto (geralmente a profissão de fé, um verso do Alcorão, ou alguma frase e outra com significado religioso) é escrito na forma de, árvore, animal, pássaro, barco, ou outro objeto. Um verso do Alcorão no script Kufic, por exemplo, pode ser escrita de modo a formar a imagem de uma mesquita e minaretes.
 
Foto: O script angular Kufic é aqui utilizado para colocar uma expressão bem conhecida religiosa em forma de uma mesquita com quatro minaretes.

 

A arte da caligrafia ainda é muito viva no mundo árabe e onde o alfabeto árabe é usado. A lista de usos cotidianos é quase infinita: moedas e notas suportar o trabalho dos calígrafos especializados, cartazes de parede e cartazes publicitários em todas as cidades mostram a arte do calígrafo, como fazer a capa e título de cada livro, e as grandes manchetes em todos os jornais e revistas têm sido escritos à mão.


Caligrafia - a arte da "escrita bonita" continua a ser algo que não só é altamente valorizada como enfeite e decoração, mas é extremamente prático e útil também.



Foto: Proeminente entre os artistas do mundo muçulmano é o calígrafo, como é o seu privilégio de adornar a palavra de Deus. Aqui Kufic ornamental é usada em uma página do Alcorão, que tipifica o casamento da caligrafia e da iluminação, uma arte que atingiu o seu apogeu no século XIV.
 








 Foto: escrita cursiva em uma seção de ouro bordada kiswah, o pano preto que cobre a Caaba, que é renovado a cada ano na época da peregrinação.








 

Foto: miniatura do Shah-Nameh (Livro dos Reis), ilustrando o épico de poeta persa Firdausi.





 


















Foto: A escrita cursiva mostrado em detalhes a partir de um azulejo do século XIV persa.






 





 
Foto: Um manuscrito do século XIV de um texto farmacêutica.






 







Foto: escrita cursiva no Alcorão carrinho de madeira, datada de 1360, um belo exemplo de arte mongol do oeste do Turquestão.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

FONTES

Caligrafia árabe
"As origens da Caligrafia Arábica" - Khalid Mubireek
History of Arabic Type Evolution from the 1930′s till present. Pascal Zoghbi , May 2007.
 Escrita árabe
Texto original em inglês aqui