Arte Arabe Islamica - Introdução





O termo "arte islâmica", não significa, uma manifestação artística que tenha por finalidade render o culto à fé. Mas sim uma unidade criativa de arte e arquitetura características de uma civilização que dominou grande parte do mundo durante muito tempo.




mesquita em Jumeirah - Dubai
O crescimento da Arte Muçulmana é um dos mais rápidos progressos jamais registrados pela História. A base da arquitetura islâmica vem da herança mediterrânea praticada por gregos e romanos mesclada à influência do Império Sassânida na Pérsia e, posteriormente da renovação trazida por invasores turcos e mongóis que trouxeram influências novas.
De origem nômade, os muçulmanos demoraram certo tempo para estabelecer-se definitivamente e assentar as bases de uma estética própria com a qual se identificassem. Ao fazer isso, inevitavelmente devem ter absorvido traços estilísticos dos povos conquistados, no entanto souberam adaptar muito bem ao seu modo de pensar e sentir, transformando-os em seus próprios sinais de identidade surgiu, de imediato, uma arte rica e variada.

A fórmula desta nova Arte era com alegria modificada e enriquecida pelos diversos povos que faziam parte da Comunidade Islâmica de acordo com os seus gênios nativos e as influências exteriores a que tinham estado sujeitos.


A inteligência abstrata dos homens do deserto encontra a sua expressão nas linhas geométricas do arabesco; os floridos azulejos esmaltados de Isphahan refletem os sonhos poéticos do Iran.
O estilo Muçulmano destaca-se de todos os outros ele é resultado da unidade espiritual da Comunidade Islâmica e da sensibilidade especial criada pelos ensinamentos do Alcorão.
A originalidade das estruturas arquitetônicas e os motivos ornamentais deram, como resultado, uma arte característica, tipicamente muçulmana. Em todas as criações artísticas islâmicas percebe-se uma indiscutível unidade e uma expressão comum


No ano de 622, o profeta Mohammad (paz seja sobre ele) se exilou (hégira) na cidade de Yatrib e para aquela que desde então se conhece como Medina (Madinat al-Nabi, cidade do profeta). De lá, sob a orientação dos califas, sucessores do profeta, começou a rápida expansão do Islã até a Palestina, Síria, Pérsia, Índia, Ásia Menor, Norte da África e Espanha. De origem nômade, os muçulmanos demoraram certo tempo para estabelecer-se definitivamente e assentar as bases de uma estética própria com a qual se identificassem. Ao fazer isso, inevitavelmente devem ter absorvido traços estilísticos dos povos conquistados, que no entanto souberam adaptar muito bem ao seu modo de pensar e sentir, transformando-os em seus próprios sinais de identidade. Foi assim que as cúpulas bizantinas coroaram suas mesquitas, e os esplêndidos tapetes persas, combinados com os coloridos mosaicos, as decoraram. Aparentemente sensual, a arte islâmica foi na realidade, desde seu início, conceitual e religiosa.



No âmbito sagrado evitou-se a arte figurativa, concentrando-se no geométrico e abstrato, mais simbólico do que transcendental. A representação figurativa era considerada uma má imitação de uma realidade fugaz e fictícia. Daí o emprego de formas como os arabescos, resultado da combinação de traços ornamentais com caligrafia, que desempenham duas funções: lembrar o verbo divino e alegrar a vista. As letras lavradas na parede lembram o neófito, que contempla uma obra feita para deus.

Na complexidade de sua análise, a arte islâmica se mostra, no início, como exclusividade das classes altas e dos príncipes mecenas, que eram os únicos economicamente capazes de construir mesquitas, mausoléus e mosteiros. No entanto, na função de governantes e guardiães do povo e conscientes da importância da religião como base para a organização política e social, eles realizavam suas obras para a comunidade de acordo com os preceitos muçulmanos: oração, esmola, jejum e peregrinação.

INFLUÊNCIAS


  • O elemento árabe é provavelmente em todos os tempos o mais importante. Ele forneceu a base para o desenvolvimento da arte islâmica, através da mensagem do Islam, a língua de seu livo sagrado, o Alcorão, e a forma árabe de escrita. Esta última transformou-se na mais importante característica isolada de toda a arte islâmica, levando ao desenvolvimento de uma infinita variedade de ornamentação abstrata e todo um sistema de abstração linear, peculiar às diversas formas de arte islâmica e podendo, de uma forma ou de outra, e em todas as suas manifestações, ser reconhecida como de origem árabe.
  • O elemento turco na arte islâmica, consiste principalmente numa tendência nativa à abstração que os povos turcos da Ásia Central aplicaram a qualquer forma de cultura ou arte com que se depararam em sua longa trajetória. Eles criaram uma inconfundível iconografia turca, com base na importante tradição de motivos figurativos e não figurativos, presentes desde a Ásia Oriental até a Ocidenta. A importância do elemento turco na cultura islâmica pode, talvez, ser melhor apreciada levando-se em conta que a maior parte do mundo islâmico foi governada por povos turcos, do século X ao século XIX.
  • O elemento persa na arte islâmica é talvez mais difícil de definir; parece consistir numa atitude poética, peculiarmente lírica, uma tendência à metafísica, que no domínio da experiência emocional e religiosa, leva a um extraordinário florescimento místico. As principais escolas de pinturas muçulmanas, desenvolveram-se no Irã, tendo por base a literatura persa. Não somente uma iconografia compelta, como também uma imagística específica, abstrata e poética em sua concretização, e sem paralelo em qualquer outra parte do mundo muçulmano, foram criadas no Irã, em fins do século XIV e no século XV.
Muito embora esses três elementos da cultura islâmica sejam por vezes claramente definíveis e distintos, e cada qual contribua mais ou menos, em partes iguais, para o desenvolvimento da arte islâmica, quase sempre se acham tão intimamente entrelaçados e integrados, que não se pode muitas vezes distingui-los com nitidez. Todas as regiões do mundo muçulmano compartilham numerosas características artísticas fundamentais, que tornaram a totalidade do vasto território uma unidade étnica e geográfica supranacional, apenas comparado, na história da cultura humana, por idêntico domínio do MUNDO ANTIGO, por Roma.

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