ÁRABE EGÍPCIO E OS NÚMEROS NA ESCRITA

Eu te amo meu amor











 

 Quem está em contato com a língua árabe egípcia já deve ter visto palavras assim, com números no lugar de letras...

 


O que é transliterar?

 Em outras palavras TRANSLITERAR significa escrever em letras da nossa língua as palavras árabes para podermos lê-la e estudá-las para quem não saber ler em árabe diretamente.

Mas devemos aprender a ler em árabe original para que possamos ter um aprendizado mais correto dos sons, porque nem sempre é possível chegar a 100% de exatidão do som quando se faz transliteração.


Transliteração de Árabe para Portguês 


A transliteração de árabe para português é o processo de transliteração da língua árabe para a língua portuguesa. Ela vale somente para o idioma árabe, e não para outras línguas que também usam o alfabeto árabe (como persa e berbere).

Existem diversas normas para a transliteração de árabe, mas nenhuma fixada para a língua portuguesa. Por causa das circunstâncias históricas, principalmente da divisão do Mundo Árabe em diferentes áreas de influência pelas potências europeias nos séculos XIX e XX, há padrões que adaptam os sons árabes para as ortografias francesa, inglesa, espanhola, italiana e alemã, cada qual seguindo sua própria lógica. Como a influência portuguesa na região é relativamente inexpressiva desde o século XVI (da derrota em Alcácer-Quibir em diante), não existe uma norma fixada para transliterar o árabe para nossa língua. O próprio nome Alcácer-Quibir (ou al-Kasr al-Qibir) é um exemplo de como poderia ser este padrão, mas não é possível partir de modelos com quase 500 anos de idade para adaptar os nomes próprios atuais.

Assim, é necessário usar um padrão que se adeque à nossa língua. Mais uma vez, a ortografia francesa é a que mais se aproxima para os sons consoantes, enquanto a espanhola e a italiana valem para as vogais. As vogais e ditongos do francês, como “ou” e “oi”, correspondem a “u” e “uá” – portanto, os nomes árabes “Moussa” e “Moimad” (forma menos comum, mas existente na Argélia e na Tunísia) devem ficar como “Mussa” e “Mohamad”. Lembre-se, porém, que em francês o H quase nunca é pronunciado, enquanto no árabe não apenas é, como ainda por cima existe uma variedade de sons guturais e aspirados diferentes que não temos como representar perfeitamente em português.

O manual de redação do jornal Folha de S.Paulo tem explicações mais detalhadas a esse respeito:
“Embora as transliterações enviadas pelas agências de notícias sejam em geral corretas, elas costumam trazer dificuldades para o leitor brasileiro sem conhecimentos linguísticos. Por exemplo, o W, que representa o som U em posição semivocálica, pode ser lido por um brasileiro como um V, o que foge completamente à sonoridade original. Não é raro ouvir, mesmo na TV, a pronúncia cuvait para Kuait. Assim, a Folha faz algumas adaptações nas transliterações enviadas pelas agências.
  • Substitua os YY e WW por II e UU, respectivamente, exceto quando a combinação resultar numa vogal geminada. Se isso ocorrer, elimine uma delas: Kuwait=Kuuait=Kuait. Substitua o SH por CH: Shatt al Arab=Chatt al Arab.
  • Mantenha o H em qualquer situação que ele apareça. Embora esta letra possa causar alguma confusão na pronúncia para um brasileiro, ela marca na transliteração do árabe uma grande quantidade de nuances consonantais, cuja eliminação tornaria qualquer palavra irreconhecível para quem conheça a língua. Por exemplo, indica a diferença entre as letras kha (transliterada por KH) e a letra kaf (transliterada por um simples K).
  • No árabe há grande número de sons guturais que devem ser diferenciados. Isso exige fugir um pouco às regras da língua portuguesa. Por exemplo, use a letra Q sem o U que necessariamente a segue em português: Qatar e não Catar. Se de fato houver um U após o Q, observe se não se lhe segue um I ou U, caso em que será necessário o trema.
  • Cuidado com as letras S e G, que, em árabe, têm sempre o mesmo som. Isso exige que, em português, o S seja dobrado em posição intervocálica e o G seja seguido de U antes de E e I.
  • Não elimine as duplas consoantes, que, embora não signifiquem nada em português, explicam uma série de assimilações e dissimilações importantes para o conhecedor do árabe. De qualquer forma, a dupla consoante não chega a atrapalhar a leitura em português.
  • A rigor, não existem as vogais E e O em árabe. Elas aparecem em alguns falares regionais e não deveriam ser escritas. Entretanto, as agências internacionais costumam trazer a pronúncia dos nomes de acordo com essas variações regionais. Embora o correto seja substituí-las pela vogal escrita (I, U ou A, dependendo do caso), isso é muito pouco prático num jornal. 
  • Cuidado com o artigo al. Em nomes próprios, nunca o elimine porque ele pode alterar o sentido do nome. Grafe-o em minúscula e sem hífen antes do nome que o segue: Anuar al Sadat. Se não for usado o primeiro nome -em títulos ou na segunda menção-, o a de al deve ser grafado em maiúscula. Se em português ocorrer artigo antes de termo árabe com al, suprima o artigo árabe para evitar redundância: O líder da Fatah e não O líder da al Fatah. Isso não vale para palavras portuguesas de origem árabe: o algodão, o álcool, o Alcorão.
  • Lembre-se de que essas regras não valem para muitos topônimos de origem árabe, que têm seus nomes consagrados de outra forma em português: Argélia, Marrocos, Egito, Emirados Árabes Unidos. Lembre-se também de que árabes que vivem no Brasil ou em outros países ocidentais têm uma forma já latinizada de escrever seus nomes, respeite-a, mesmo que de encontro a essas regras.”


ÁRABE EGÍPCIO

NÚMEROS PARA TRANSLITERAR O ÁRABE: POR QUE?

 

Existem sons no idioma Árabe que não existem em Português ou Inglês... E alguns em nenhum outro idioma, como é o caso de ض ("Sad"), por exemplo...
Então, na hora de transliterar, usamos no lugar das letras árabe, cujos sons não existem nos nossos idiomas, números que se parecem com o desenho desses carácteres...

*Por exemplo:
Na palavra "3ayni" ("Meu olho"), o número 3 representa o carácter 
ع ("Aayn"), que se parece com o número 3...

Aí vão as representações mais comuns:


2 = ء
"Hamza"
É uma "parada glotal", ela "quebra" a palavra ou sílaba. São os "soluços" que aparecem na nossa interjeição de negação "Ã-ãm".
Se fossemos transliterá-la em Árabe, seria mais ou menos assim: "2a2am".
 
3 = ع
"Aayn"
É um duplo "A", onde o segundo "A" é produzido no fundo da garganta.
 
8 ou 3' (No Egito) = غ
"Ghain"
O som dessa letra pode ser produzido imitando um rosnado, ou gargarejo, posicionando-o bem no fundo da garganta: "Grrrrrrrrrrrrr"
 
7 = ح
"Hhá"
É parecido com o "H" Inglês, porém mais longo e forte, produzido no fundo da garganta (Se imagine bafejando no espelho para lustrá-lo...). Apenas ara sai pela garganta ao fala-lo
 
5 ou 7' (No Egito) = خ
"Khá"
É como o nosso "RR" ou o "J" Espanhol.

9 = ص
"Sad" ("Sód")
"S" fechado, as vogais saem do fundo da garganta.


 
9' = ض
"Dad" ("Dód")
"D" fechado, as vogais saem do fundo da garganta.


 
6 = ط
"Ta" ("Tó")
"T" fechado, as vogais saem do fundo da garganta.


 
6' = ظ
"Za" ("Zó")
"Z" fechado, as vogais saem do fundo da garganta e o "Z" é produzido soprando o ar entre a ponta da língua e os dentes, MAIS OU MENOS como ocorre com o "TH" e o "DH" Inglês.

**A transliteraçao poderá mudar conforme o autor e a língua usada. 



Criss Freitas - www.universoarabe.com