D E S T A Q U E

A TRADIÇÃO DO CAFÉ (GAHWA) NOS PAÍSES DO GOLFO

DESPERTAR: O especialista em Tradições Abdullah Khalfan Al Hamour explica as raízes do café e como você deve servi-lo. (Foto por Ryan Lim...

SIGNO DE PEIXES NA ASTROLOGIA MEDIEVAL ISLÂMICA

 


Diz-se que os nascidos sob Peixes ou al-hut são inconstantes de humor, não gostam de trabalhar e tendem a se esforçar pouco no trabalho, são inteligentes e podem ficar obcecados por um lugar ou coisa. Na verdade, dizem que eles se encantam com as locações. Eles tendem a ser bem-humorados e são uma mistura de divertidos e sérios e se apaixonam com frequência, apegando-se facilmente. Dizem que eles lutam com contradições internas e são propensos a vagar.

Al Biruni diz que eles têm um lado elegante. Eles são descritos como sexuais, mas não lascivos como Capricórnio ou Escorpião. Ele diz que eles são ousados, mas esquecidos, mudam de opinião com frequência e podem ser instáveis ou não confiáveis. Os homens de Peixes são notados como particularmente não confiáveis. Eles são propensos a cometer muitos erros na juventude, mas, quando mais velhos, concedem visão aos cegos, mesmo que sejam cegos. Este é um belo aforismo que fala da bênção acidental e orgânica associada a Peixes. Supostamente, alguns têm uma pequena marca no peito e seus membros adormecem facilmente.



Peixes é descrito como feminino, noturno, frio, invernal, úmido e fleumático. Sua estação é o inverno e os primeiros indícios da primavera. Azul e branco é uma boa cor para eles usarem. Eles encontram grande parte de sua fortuna na quinta-feira e infortúnio no sábado. Eles têm muitos filhos. Dizem que são bons curandeiros, professores religiosos, místicos, criadores de coisas belas, músicos/poetas/artistas e conselheiros, embora sejam melhores em dar conselhos do que em segui-los. Diz-se também que Peixes foi o signo mais associado à condição humana.

Diz-se que Peixes obedece a Libra e Touro e tem estima por Escorpião. Eles lutam aos 18, 25 e 35 anos com sua juventude caracterizada por mudanças extremas na fortuna. Peixes é o lar de Júpiter e o reino de Vênus, tornando-os filhos dos dois planetas benéficos. Geralmente Peixes é abençoado, mas como em todas as coisas o excesso é possível e por isso é notado que Júpiter e Vênus podem levar a comer muitos doces ou beber. A colocação de Júpiter e Vênus se tornaria o signo dos ungidos e escolhidos.


Á esquerda Júpiter e à direita São Jorge


Júpiter é um estudo interessante da forma como Peixes foi islamizado. O antigo mito pré-islâmico é reimaginado dentro de uma cosmologia islâmica. Nas representações de Peixes, vemos seu Senhor Júpiter cavalgando um grande peixe. Veja o exemplo na primeira foto acima (à esquerda)  de 14 C Kitab al Bulhan.

Agora compare essa imagem com estas pinturas Mughal (à direita) de Al Khidr: O misterioso professor de profetas, que está associado a sonhos místicos, o homem santo que cruza os limites confessionais para se tornar São Jorge, é associado a Peixes em vários tratados.

O corpo humano foi dividido pelo zodíaco com Peixes associado aos pés, com muitos sofrendo lesões nos calcanhares.

Astrólogos muçulmanos também designaram partes do mundo como regidas pelo Zodíaco com Peixes correspondendo à Síria, Tabaristão, as terras dos bizantinos e os mares do Iêmen. Também é dito estar conectado a lugares onde as pessoas sagradas se reúnem. A conexão de Peixes com as “terras dos bizantinos” apontaria para a relação entre o signo e o cristianismo. Astrólogos muçulmanos conectariam o Cristianismo a Sagitário, mas outros se apoiariam na associação de Peixes.

Na astrologia mundial, Peixes tornou-se associado ao Grande Dilúvio. Há algum debate entre os astrólogos muçulmanos se o Dilúvio de Noé aconteceu durante uma conjunção em Câncer ou em Peixes, mas Abu Ma'shar favorece o último. A ligação com a enchente é um exemplo interessante de como os muçulmanos concebiam o excesso: tudo era bom com moderação. Assim, os prazeres de Júpiter e Vênus — comida e sexo eram bons, desde que fossem moderados. O mesmo com a chuva.

As chuvas eram universalmente tratadas como uma bênção e a astrologia natural usava várias técnicas para prever a chegada das chuvas. E, no entanto, chuvas abençoadas também podem levar a inundações. Afinal, o Grande Dilúvio destruiu quase toda a vida. Desta forma, podemos entender como benéficos como Júpiter e Vênus e signos auspiciosos como Peixes podem passar de doadores de vida a afogamentos.

Abu Ma'shar continuaria usando a teoria para prever que o fim do mundo aconteceria quando todos os planetas se alinhassem em Peixes. A ideia de prever o fim dos dias é controversa e declarada explicitamente como além do escopo de todos, exceto Deus no pensamento ortodoxo. E, no entanto, a previsão de Abu Ma'shar levantou pouca controvérsia; um lembrete de como a astrologia estava profundamente integrada na sociedade muçulmana. A conexão de Peixes com as inundações seria usada por outros astrólogos. Eles avisaram o califa Al Mustazhir dos séculos 11/12 sobre uma inundação que se aproximava. Eles disseram a ele que um dilúvio perigoso estava se aproximando, mas como Saturno não estava entre os planetas em Peixes, não seria tão ruim quanto o dilúvio de Noé. O aviso do astrólogo tornou-se realidade. O califa tomou medidas de proteção, mantendo Bagdá segura, mas um dilúvio no Hijaz afogou os peregrinos.

A lua em Peixes era o momento ideal para o sexo, especialmente para a concepção, mas, como Sagitário, a pessoa foi avisada para evitar o casamento sob o signo de Peixes, pois era um pouco pouco confiável. Dizia-se que o sexo entre virgens quando a Lua estava em Peixes era particularmente auspicioso.

Alguns peixes famosos da história islâmica incluem o califa abássida do século VIII, Harun al Rashid, que supervisionou o auge do império abássida. Diz-se que ele começou a coleção de livros para o lendário Bayt al Hikma e patrocinou estudiosos, filósofos e artesãos. Ele manteve relações diplomáticas com Carlos Magno, enviando presentes inestimáveis de livros e conhecimento. Carlos Magno, por sua vez, enviou de presente cães de caça. Ele também garantiu que os peregrinos cristãos de Carlos Magno seriam bem-vindos em Jerusalém. Um de seus presentes para Carlos Magno incluiu um relógio mecânico que surpreendeu a corte franca ao ponto de considerá-lo mágico.

Ele também enviou um enorme elefante de guerra branco conhecido como Abul Abbas, que se tornou uma lenda na arte europeia:




De muitas maneiras, ele sintetizou a ideia jupteriana e pisciana de governo — filosofia, arte e generosidade. Mais tarde, na astrologia moderna, Peixes seria associado ao recém-descoberto Netuno, mas para os muçulmanos medievais, Peixes seria ligado a Júpiter e Vênus. Seria o signo da nobreza, da generosidade e da bênção. Levado ao excesso, poderia se tornar perturbador, mas no geral era visto como um sinal auspicioso.


Todo o crédito vai para @aaolomi, historiador da política muçulmana, gênero, esoterismo islâmico e folclore no Twitter.

Traduzido por Criss Freitas criadora deste site

LIMÃO: DO MUNDO ÁRABE AO MEDITERRÂNEO



Sicília: Mediterrâneo árabe

Onde, quando e como o limão viajou antes de chegar ao Mediterrâneo? Traçar uma rota precisa e linha do tempo é quase impossível. O limão, um antigo híbrido natural, também pode hibridizar facilmente e produzir mutações espontâneas. Isso torna difícil discernir se as referências ou representações representam cidras, limões ou alguma mistura dos dois. Para complicar ainda mais a história, existem muitos nomes, muitas vezes intercambiáveis, para frutas cítricas.

Mas uma coisa é certa: há mais de 1.400 anos, os árabes muçulmanos se apaixonaram pelo limão na Índia e na Pérsia. Levaram as frutas consigo aonde quer que fossem, enchendo jardins e pátios na Espanha, Sicília e Norte da África com o perfume das flores cítricas enquanto plantavam as sementes de uma revolução agrícola.

O nome árabe do limão, laimun, desliza da língua como mel, e na suave carícia das consoantes e vogais ouve-se o romance dos árabes com a fruta que os persas chamavam limoo. Os guerreiros do deserto que irromperam da Península Arábica no século VII não apenas conquistaram vastas extensões de território, mas também consumiram a sabedoria de sociedades avançadas como a Pérsia. Ávidos por conhecimento de ciência, medicina, filosofia, agricultura e artes, os árabes absorveram uma deslumbrante cultura de aprendizado e a levaram para o oeste até o Mediterrâneo, iniciando uma era de ouro em meio à chamada Idade das Trevas da Europa, especialmente na Espanha e Sicília. E no caminho plantaram limoeiros.



Um jardim paradisíaco

Os persas, que cultivavam florescentes jardins cítricos, tinham grande prazer no limão, desde suas folhas e madeira até suas flores, frutas e casca. Com eles os árabes aprenderam a conservar a fruta em salmoura, transformá-la em calda e doce, e espremer seu suco sobre carnes e peixes para mariná-los e temperá-los. Trituravam galhos de frutas cítricas para fazer escovas de dente e extraíam óleo essencial da casca do limão para fazer sabonetes e perfumes.

Para os árabes muçulmanos, a beleza e o aroma dos cítricos sugeriam o Jardim do Paraíso do Alcorão; assim celebraram o limão e a laranja na poesia e aprenderam a cultivar e cuidar das árvores ornamentais. A primeira referência escrita conhecida aos limões está em um manual agrícola árabe de 904 dC, que distingue o limão da cidra e explica que a árvore laimun é muito sensível ao frio.

A expansão islâmica nos séculos VIII e IX, por sua vez, estendeu a cultura cítrica ao Egito, norte da África, Espanha e Sicília. Na Espanha, as árvores cítricas adornavam pátios e jardins. Dezenove fileiras de laranjeiras azedas floresceram e frutificaram no pátio da Grande Mesquita de Córdoba. Nas casas de Sevilha, os pátios eram enfeitados com limoeiros, cidras e laranjeiras azedas. Os palácios de Alhambra em Granada, construídos em meados de 1300 para os últimos governantes mouros da Espanha, demonstraram uma afeição duradoura por frutas cítricas decorativas, com jardins de limoeiros e laranjeiras circundando fontes.



Um azulejo do sec 17 mostra o amor persa aos limões, sem importar quão pequenos eram.


No século IX, os exércitos islâmicos conquistaram a Sicília, logo seguidos por fazendeiros ansiosos por plantar o solo fértil da ilha. Trouxeram do Oriente uma série de novos cultivos, entre eles berinjelas, arroz, melancia, pistache, sementes de gergelim, o trigo duro usado em massas, açúcar e laranjas cítricas azedas (as doces tomaram mais tarde uma rota diferente para a Europa) e limões.

Mais significativamente, os primeiros agricultores islâmicos empregavam técnicas agrícolas sofisticadas que aprenderam na Índia e na Pérsia. Esses antigos habitantes do deserto consideravam a água o recurso mais precioso da Terra e tomavam emprestados todos os dispositivos de irrigação que encontravam, principalmente da Pérsia. Tornaram-se especialistas mundiais no uso da água, praticando um sistema de cultivo intensivo que transformou a ilha em um jardim paradisíaco. (O grifo é meu.)

A parte do limão no antigo milagre da irrigação ainda é evidente na Riviera do Limão da Sicília, uma linda faixa verde de pomares entre o Mar Jônico e um flanco do Monte Etna chamado Timpa. Os pomares aqui, subindo a encosta do mar até o planalto íngreme de Timpa, ainda usam sistemas de irrigação muito semelhantes aos introduzidos pelos agricultores islâmicos do século IX. Teias de canais de irrigação, esculpidos em pedra de lava, transportam água pelos pomares. Em cada junção de dois canais, o fluxo de água para uma seção específica pode ser iniciado ou interrompido inserindo ou removendo um ladrilho de pedra.

Por mais simples que pareça esse sistema de irrigação, ele foi extremamente significativo para a agricultura mediterrânea e para os limões. A Sicília tornou-se o maior produtor e exportador mundial de limões durante séculos (até a Califórnia ultrapassar a produção no início do século XX) e ainda fornece mais de 90% dos limões da Itália.

Os limões são um elemento essencial na Sicília, não só da paisagem, mas também do paladar. Os sicilianos adoram limões. Eles são conhecidos por arrancar um limão de uma árvore e morder, com casca e tudo. Ou podem descascar um limão com uma faca e comer a polpa azeda com uma simples pitada de sal. Embora os limões na Sicília e no sul da Itália sejam um pouco menos ácidos do que a maioria, essa prática, como observa Clifford Wright em Cucina Paradiso, faria a maioria dos norte-americanos se encolher. Uma popular salada siciliana que consiste em cubos de limão com casca e tudo, temperada simplesmente com azeite e sal, é apenas um pouco menos dramática. Inúmeros pratos sicilianos com carne, frango e peixe empregam o limão como ingrediente indispensável, e muitos doces tradicionais, incluindo granita, sorvete e gelato, apresentam limão.



Um canal de irrigação centenário em um pomar de limoeiros na Sicília é muito semelhante aos sistemas de irrigação trazidos para a ilha no século IX. Emprestando e difundindo técnicas agrícolas que aprenderam na Índia e na Pérsia, os primeiros agricultores islâmicos criaram uma revolução agrícola no Mediterrâneo.


Essa afeição pelos limões, originária da estada de 200 anos dos árabes na ilha, foi adotada pelos que se seguiram. Quando os normandos conquistaram a Sicília dos árabes na segunda metade do século XI, eles herdaram um jardim paradisíaco rico em agricultura, principalmente frutas cítricas. Palermo havia se tornado uma cidade magnífica sob o domínio árabe, com inúmeras mesquitas, parques, fontes, pátios e jardins recreativos perfumados com flores cítricas. Um vale fértil chamado Conca d'Oro (Concha Dourada) se abria como uma grande concha dourada repleta de laranjeiras e limoeiros. (Grifo meu)

Os normandos na Sicília pareciam estranhamente fascinados pela cultura islâmica - exceto sua religião - e incorporaram muitos elementos de seu estilo. Eles vestiam túnicas esvoaçantes, mantinham haréns, mantinham discussões acadêmicas em árabe, integravam o design islâmico na arquitetura e adornavam jardins reais com árvores cítricas. Eles também abraçaram a comida e a culinária árabe, chegando a empregar chefs árabes nas cozinhas reais para cozinhar para os reis. E muitos desses alimentos - novamente, fortemente influenciados pela Pérsia empregavam o Princípio do Azedo, significando que um elemento azedo poderia revigorar a comida.

Há ampla evidência de que os pratos de carne azeda eram consumidos no início da Idade Média, e provavelmente antes disso. Um livro de culinária árabe do século XIII oferecia receitas de pratos de carne azeda, como limüniya, frango cozido em suco de limão com cebola, alho-poró, cenoura e berinjela. 'Pegue uma galinha, junte-a e coloque-a na panela, depois jogue os legumes nela', diziam as instruções. 'Pegue o melhor suco de limão, coe do sedimento e das sementes, depois jogue na panela.' Amêndoas trituradas, gengibre, hortelã e água de rosas foram adicionados ao prato, cuja variação foi adoçada com açúcar.

No Egito medieval, os judeus faziam 'galinha ao limão' para o sábado com acelga, cebola, cártamo e limões verdes. Uma versão siciliana do prato, que pode ter sido cozida nas cozinhas reais dos normandos, frango combinado com suco de limão, alcaparras, amêndoas e pistache, tudo servido em um pão oco.

Colhendo limões em um bosque na Conca d'Oro fora de Palermo, Sicília, 1906


O limão é um dos alimentos mais onipresentes nas cozinhas sicilianas, observa Eleonora Consoli, uma siciliana nativa que é uma autoridade na culinária tradicional, resultado da profunda influência dos árabes, tanto diretamente, durante seu reinado, quanto indiretamente, do governo de Normandos e o domínio de 500 anos da Espanha de influência árabe.

O suco de limão é essencial para preparar alcachofras, fazer salada de limão (servida em limões ocos), cozinhar geleias de frutas e espremer sobre sardinhas. 'Os limões exaltam a comida', diz Consoli. Uma receita que ela oferece, Polpette, exige embrulhar rissóis (bolinhos) de almôndega aromatizados com casca de limão entre duas folhas de limão antes de grelhar. É um aperitivo perfumado e delicioso - e assume que sempre haverá um limoeiro por perto. Para a maioria dos sicilianos, isso não é um problema.



Créditos:

– Toby Sonneman, Livro – Lemon: Uma História Global

Traduzido por Cris Freitas - jan2023



O SIGNO DE VIRGEM NA ASTROLOGIA MEDIEVAL ISLÂMICA


Você acredita no Zodíaco? Se sim, vamos ver como os antigos muçulmanos medievais viam esse signo. E por que Virgem? Exatamente, porque nasci no dia 7 de setembro, portanto virginiana detalhista e justa. Interessou-me ao ler esse artigo porque realmente as características descritas correspondem exatamente às minhas. Inclusive a cor verde que sempre gostei demais, sempre tento achar outra cor, mas o verde sempre sobressai...

Se você quer saber do seu signo deixa aqui nos comentários que farei um post para cada um deles.

Agora vamos ver o que diziam os antigos árabes sobre Virgem:




Nos escritos dos astrólogos muçulmanos medievais, Virgem ganhou a reputação de signo dos sábios. Hoje conhecido como A Virgem no zodíaco, Virgem tinha uma representação muito mais complicada entre os astrólogos muçulmanos.

Dizem que os nascidos sob Virgem ou Al Adhra são agradáveis, mas ansiosos com o futuro, brincalhões, mas contidos. Eles se tornam sábios, justos, generosos, críticos e cultos. Eles gostam de música. Al Biruni diz que eles têm boas maneiras e são verdadeiros. Supostamente, eles tendem a gastar dinheiro cedo na vida, mas ficarão mais sábios com seu dinheiro à medida que envelhecem. Virgem é descrito como feminino, noturno, frio, terreno, seco e melancólico. Sua estação é o fim do equinócio. O verde é uma boa cor para eles usarem e eles encontram grande parte de sua fortuna nas quartas-feiras, mas os domingos serão difíceis para eles. Eles são estéreis ou têm poucos filhos e têm marcas no peito ou no abdômen. Diz-se que os virginianos lutam aos 19 anos e aos 30 enfrentarão um grande adversário. Diz-se que Áries obedece a Virgem, que é amigo de Capricórnio e Libra. 

Eles são bons administradores, burocratas, secretários, chefes, filósofos, poetas, cantores e pensadores.

Virgem é dito ser a casa de Mercúrio. Curiosamente, Al Adhra também era comumente chamado de Al Sunbula em homenagem à estrela da constelação e, portanto, Virgem às vezes é retratado como um homem na colheita. Você pode ver essa representação do 14º C Kitab al Bulhan acima na primeira imagem. A imagem da virgem virá da descrição de Abu Ma'shar de sua primeira face: uma mulher virginal com um bebê na mão e trigo na outra.

O corpo humano foi dividido pelo zodíaco com Virgem associado ao estômago e à barriga. Os astrólogos muçulmanos também designaram partes do mundo como regidas pelo Zodíaco, com Virgem correspondendo à Síria, Pérsia e às terras do Tigre e do Eufrates e todos os lugares onde as mulheres se reúnem. Por causa de sua conexão com Mercúrio, Virgem tornou-se o signo proeminente da sabedoria. Se Gêmeos era intelecto, jogos e ciência, então Virgem era memória, filosofia e sabedoria.

Um feitiço famoso envolvia fazer um anel de poder sob os auspícios de Mercúrio, da Lua e de Virgem. Feito corretamente, concederia ao usuário vastos poderes de memória, conhecimento oculto e habilidades em filosofia.

Alguns virginianos famosos da história islâmica incluem o califa do século IX, Al Ma'mun, que depôs seu irmão e estabeleceu um califado de filosofia e ciência. Ele realizou testes de pureza ideológica e favoreceu e patrocinou cientistas, matemáticos e imaginou-se um filósofo. Quando ele derrotou seu irmão, Al Ma'mun supostamente marchou para Bagdá com sua comitiva toda vestida de verde, a cor associada a Virgem. Como no caso de Bagdá, muitas cidades foram construídas usando a astrologia. Lutf Ali afirmaria que a grande cidade de Shiraz, lar da poesia, da filosofia e do vinho, foi reconstruída quando Virgem estava em ascensão. Virgem também apareceria na poesia de Hafez.

O imperador mogol Akbar, o Grande, teria dois horóscopos lançados, um teria Leão no Ascendente e o outro Virgem. A diferença era resultado do zodíaco tropical helênico preferido pelos astrólogos muçulmanos versus o zodíaco sideral preferido na astrologia védica. Abul Fazl favoreceria o mapa de Virgem, argumentando que a natureza filosófica e judiciosa de Akbar era melhor refletida por Virgem. Também deu poder explicativo à memória sobrenatural atribuída a Akbar, que afirmava se lembrar de seu próprio nascimento.

Abu Ma'shar também colocou Virgem no ascendente de Jesus. Descrevendo a imagem semelhante a Ísis da primeira face de Virgem como a Virgem Maria amamentando o menino Jesus. 



O cardeal e astrólogo católico Pierre D'Ailly usaria a descrição de Abu Ma'shar para lançar o horóscopo de Jesus, reproduzido aqui por James Holden




Virgem se tornaria o signo de um líder justo (alguém que poderia ser duro, mas apenas com retidão). Também estaria fortemente ligada à verdade.

Em um conto famoso sobre Abu Ma'shar, um cliente aborda o astrólogo para perguntar se uma mulher que acompanha um homem era sua esposa ou sua amante. Abu Ma'shar lança um gráfico de interrogatório e consulta e calculou muito de Júpiter e Vênus que caiu em Virgem. O astrólogo declarou a mulher a esposa legítima.

Virgem para os astrólogos muçulmanos medievais se tornaria o signo do filósofo, do poeta, do rei sábio e justo e até de um pouco de vinho.




Créditos

Todo o crédito vai para @aaolomi, historiador da política muçulmana, gênero, esoterismo islâmico e folclore no Twitter.
Traduzido por Criss Freitas criadora desse site em 30/01/2023